sábado, 8 de outubro de 2011

A procura da luz

As plantas nascem na escuridão. Envoltas em terra, no subsolo de qualquer realidade, a semente sabe ao que vem.
O seu destino é, usando toda a sua energia, furar esse isolamento e triunfante descobrir a luz do sol que lhe proporcione mais energia para continuar a crescer, a lutar.
Cresce até se tornar vigorosa, sempre com a luz como combustível, e poder dar frutos que a perpetuem mesmo depois de morta. É esta a sua realidade, desde a escuridão, sabe ao que vem, e sabe, sobretudo, o seu destino. No fundo sabe que nasce para morrer e que no entretanto tem a missão de deixar as sementes para o futuro.
Nós somos humanos. Na escala evolucionária somos supostamente mais aptos, mais fortes, mais adaptados ao meio que nos rodeia. Consideramo-nos seres superiores e mais capazes.
Nada mais erróneo. Quantas vezes nos deitamos a duvidar, a questionar, a desesperar? O complexo não é necessariamente mais belo e não é garantidamente o mais apto.
A mim, bastar-me-ia sentir como uma planta, mas a única semelhança que vejo é que ambos nascemos, sabendo que vamos morrer. O meu entretanto é um mar de dúvidas e queria tanto saber procurar a luz e não apenas desejá-la.

1 comentário:

Carlota Pires Dacosta disse...

A luz, encontra-se tão perto.
Mesmo nos dias mais claros, ela segue-te sempre. Basta um pouco de atenção e ela está lá, bem perto de ti.

:)